Questões de caráter defensivo estavam na pauta de reivindicações de 80% das greves – a maioria (56%) era referente à manutenção das condições vigentes de trabalho
Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a maioria (56%) das greves dos trabalhadores e trabalhadoras realizadas no primeiro semestre deste ano, foram para evitar a perda de direitos conquistados. No período ocorreram 451 greves, sendo que 55% delas foram promovidas por servidores públicos. As greves somaram quase 18 mil horas de paralisação.
Questões como o reajuste dos salários (43%) e a melhoria das condições de trabalho (33%) foram as mais frequentemente reivindicadas, seguidas por itens relacionados ao investimento e melhor administração dos serviços públicos (24%).
Em 131 registros de greves (29% do total) há informações a respeito do modo como foram encerradas. Em pouco mais de dois terços dos casos (67%) houve algum êxito no atendimento das reivindicações.
Caráter das greves
Para cada greve, o conjunto das reivindicações dos trabalhadores foi examinado e classificado de acordo com o caráter que apresenta.
Greves que propõem novas conquistas ou ampliação das já asseguradas são consideradas de caráter propositivo
As greves denominadas defensivas caracterizam-se pela defesa de condições de trabalho, saúde e segurança e/ou por se posicionarem contra o descumprimento de direitos estabelecidos em acordo, convenção coletiva ou legislação.
Por fim, aquelas que visam ao atendimento de reivindicações que ultrapassam o âmbito das relações de trabalho são classificadas como greves em protesto, já ações em apoio a greves de trabalhadores de outras categorias, como greves em solidariedade
Itens de caráter defensivo estiveram presentes na pauta de reivindicações de 80% das greves – sendo que a maior parte (56%) foi pela manutenção das condições vigentes de trabalho.
Sobre a pesquisa
Os dados analisados foram extraídos do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG- DIEESE), que reúne informações sobre as mobilizações realizadas pelos trabalhadores brasileiros desde 1978 e conta, atualmente, com mais de 40 mil registros. As informações do SAG- DIEESE são obtidas por meio de notícias veiculadas em jornais impressos e eletrônicos da grande mídia e da imprensa sindical.
Fonte: CUT