Um vigilante foi morto e outro ficou ferido após troca de tiros com traficantes que queriam buscar 400 kg de skunk, supermaconha, em veículo
A morte do vigilante Ronivon Lima Grolo, que fazia escolta armada de um caminhão com destino à Serra (ES), foi causada após o motorista do veículo ter enganado traficantes e a transportadora para qual trabalhava. O crime ocorreu nesta terça-feira (10/12) em um posto de Taguatinga.
O crime foi inicialmente investigado como uma uma tentativa de assalto, mas as apurações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desvendaram uma trama em que o motorista Cleomar Marcos da Silva inventou e que culminou na ação de traficantes com a consequente morte de um vigilante. Um outro ficou gravemente ferido.
A coluna Na Mira apurou que Cleomar saiu de Manaus (AM) levando eletrônicos a serviço de uma transportadora. Ele acabou sendo aliciado por traficantes para esconder, em meio à carga, 400 quilos de skunk, também conhecida como “supermaconha”. A empresa não tem qualquer participação no esquema.
O motorista confessou ser usuário de drogas e, no trajeto fez o uso de cocaína. Após cheirar uma quantidade excessiva de pó, ele passou mal e buscou atendimento em um hospital em Tocantins. Depois de ser medicado e se recuperar dos efeitos da cocaína, seguiu viagem com o caminhão.
Para disfarçar que tinha consumido a droga e o atraso no percurso, Cleomar comunicou à empresa que havia sofrido uma tentativa de assalto.
A fim de proteger os eletrônicos, então, a transportadora enviou dois vigilantes para fazer a escolta do veículo no trajeto restante. Por sua vez, os traficantes não conseguiram mais entrar em contato com Cleomar e ficaram preocupados em perder o carregamento de supermaconha.
Um deles, na tentativa de intimidar Cleomar, chegou a enviar um áudio ameaçador dizendo que portava um fuzil. Sem receber qualquer resposta do motorista, os traficantes decidiram pegar a estrada e seguir em direção ao caminhão. Foi neste momento, já em território do Distrito Federal, que bandidos e os vigilantes se encontraram e iniciaram uma troca de tiros que resultou na morte de Ronivon.
O tiroteio ocorreu na BR-070, na altura da QNM 40. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada. Ronivon morreu no local. O outro vigilante, identificado como Paulo Neres, foi levado em estado grave para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ele perdeu um pedaço do rim e do intestino.
No local do crime, os policiais militares encontraram marcas de pneu do carro de escolta e diversas cápsulas de fuzil. A PMDF também apreendeu quatro armas de fogo dentro do veículo dos vigilantes – uma pistola .40, dois revólveres calibre 38 e uma espingarda .12.
Empresa lamenta morte de vigilante
A empresa Judá Segurança Privada, responsável pela escolta do caminhão, lamentou a morte do vigilante Ronivon Lima Grolo nas redes sociais. No texto, publicado nas redes sociais, a Judá Segurança Privada homenageou o funcionário, a quem chamou de “nobre guerreiro”. A empresa não comentou o fato de a carga ser ilegal.
Veja a nota completa:
“Hoje perdemos um nobre guerreiro que lutou com quantas forças tinha até o seu último suspiro. Fica o amor e a admiração que por ele sentimos. Você chegou em nossa Equipe e logo se tornou especial, uma parte importante de cada um de nós. A saudade será eterna. O que nos conforta é saber que você está em um lugar de paz. Descanse nos braços de Deus, onde o sofrimento não existe. Nossos sinceros sentimentos à família e amigos que neste momento de dor, enfrentam a perda de um grande profissional e ser humano. Sua memória sempre será honrada por nós!”
Fonte: Metropoles