Pessoas que estavam no local registraram o vandalismo. Confusão teria começado por causa da demora no atendimento pela falta de médicos
Pacientes que estavam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas, na noite dessa segunda-feira (22/4), presenciaram momentos de terror e vandalismo no local. Testemunhas da confusão registraram imagens e divulgaram nas redes sociais.
Segundo pessoas que estavam na unidade de saúde, a confusão começou por volta das 21h, após demora no atendimento por falta de médicos. Em vídeos obtidos pela reportagem é possível ver que, durante a confusão, houve correria e desespero.
Por meio das redes sociais, o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sindmédico-DF), Gutemberg Fialho, classificou como “inaceitável” o que ocorre na saúde pública da capital da República.
“Com déficit generalizado de médicos e demais profissionais de saúde em toda a rede pública, revolta e violência se tornaram rotina”, escreveu o médico.
PMDF
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que os pacientes revoltados deixaram um “rastro de destruição e violência”.
Segundo a PMDF, policiais militares do 27º Batalhão de Policia Militar (27º BPM) foram acionados para o atendimento de desordem pública na UPA do Recanto das Emas.
Ao chegarem ao local, os policiais militares se depararam com um vigilante ferido no supercílio e com a depredação nas instalações da UPA.
Um homem e um adolescente teriam iniciado os atos de vandalismo e agressão. Os dois foram detidos e conduzidos para a 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) e para a Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA II), respectivamente.
Uma adolescente aproveitou-se da confusão para atacar os profissionais de saúde com um pedaço de madeira.
O que diz o Iges-DF
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), responsável pela administração das UPAs, disse que repudia episódios como esse em que trabalhadores são impedidos de cumprirem sua missão, que é de salvar vidas.
Leia a íntegra do texto:
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) está ciente e lamenta profundamente o episódio de violência que aconteceu na UPA de Recanto das Emas na noite desta segunda-feira (22).
Informamos que, durante o período, a unidade em questão encontrava-se funcionando com 3 pediatras e 5 médicos clínicos. Devido ao fechamento da tenda de dengue no Recanto das Emas, a UPA absorveu toda a demanda e, apesar de estar operando muito acima de sua capacidade, não foi negado atendimento a ninguém.
O Iges-DF repudia episódios como esse em que trabalhadores são impedidos de cumprirem sua missão, que é de salvar vidas, por serem agredidos covardemente por pessoas que também aguardam seus préstimos à saúde. Esse tipo de reação não resolve o atendimento e cria um ambiente hostil tanto para os colaboradores comprometidos em ajudar o próximo quanto para os pacientes que aguardam seus atendimentos de forma respeitosa. Com a confusão, a polícia foi acionada e o atendimento na unidade foi interrompido. Os prejuízos ainda estão sendo calculados.
Após o ocorrido, a UPA de Recanto das Emas já opera, agora pela manhã, com a clínica médica. No momento, a pediatria encontra-se com restrição de atendimento para casos gravíssimos. Pacientes que sejam classificados como laranja devem voltar a ser atendidos na parte da tarde.
Estamos acompanhando e investigando atentamente o ocorrido, comprometendo-nos a colaborar integralmente com as autoridades competentes. Temos monitorado cuidadosamente os casos de agressões enfrentados pelos nossos profissionais de saúde. Todas as nossas unidades trabalham com equipe de segurança para garantir a proteção tanto das instalações quanto dos funcionários. Essa medida visa coibir e reduzir tais ocorrências, contribuindo para uma assistência mais eficiente.