Segundo o IBGE, o emprego com carteira cresceu acima do sem carteira. Informalidade fica estável, mas ainda concentra 38 milhões de pessoas
São Paulo – A taxa de desemprego ficou em 8,5% no trimestre encerrado em abril, a menor para o período desde 2015. O resultado mostra estabilidade em relação ao período imediatamente anterior (8,4%) e queda ante 2022 (10,5%). Com isso, o número de desempregados foi estimado em 9,095 milhões, também estável no ano e com redução de 19,9% em 12 meses – 2,254 milhões a menos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na manhã desta quarta-feira (31) pelo IBGE.
Além disso, o total de ocupados foi de 98,031 milhões: -0,6% no trimestre e alta de 1,6% em relação a igual período do ano passado (mais 1,520 milhão). Também em 12 meses, o emprego com carteira no setor privado cresceu 4,4% (são 36,807 milhões de pessoas), enquanto o sem carteira subiu 2% (12,725 milhões). Por sua vez, o trabalho por conta própria recuou 1,3%, reunindo agora 25,221 milhões.
Mudança de padrão no desemprego
“Essa estabilidade (trimestral) é diferente do que costumamos ver para este período”, afirma Alessandra Brito, analista da pesquisa. “O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez.”
A chamada taxa de subutilização, sobre pessoas que gostariam de trabalhar mais, foi a 18,4%, com queda nas comparações trimestral e anual. Ainda são 20,972 milhões, menos 5,124 milhões em 12 meses. Assim, a taxa de informalidade se manteve estável (de 39% para 38,9%), com queda em relação a igual período de 2022 (40,1%). Segundo o IBGE, o país tem 38 milhões de trabalhadores informais.
Desalento cai, renda sobe
Os desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego – são 3,769 milhões, São 682 mil a menos em um ano (-15,3%). O percentual de desalentados na força de trabalho é de 3,4%, ante 4% em 2022.
Entre os setores da atividade, na comparação com igual período do ano passado, o emprego ficou estável na indústria (1,3%). E caiu no setor de agropecuária (-5,2%). Cresceu em serviços de transporte, armazenagem e correio (7,8%) e na administração pública (4,6%).
Estimado em R$ 2.891, o rendimento médio ficou estável no trimestre e cresceu 7,5% em 12 meses. A massa de rendimentos foi calculada pelo instituto em R$ 278,8 bilhões, também com estabilidade trimestral e aumento anual de 9,6% (ou R$ 24,4 bilhões a mais).
Fonte: RBA