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Acusados de matar vigilante em Birigui são julgados nesta terça-feira

30/11/2022

 

Vítima teria contraído uma dívida de drogas com os réus, e deixou o carro como garantia de pagamento, o qual foi danificado após bater em um muro, sendo necessário acionar o seguro


André Luiz Siqueira Sagioneti foi encontrado ferido ao lado de carro incendidado, em estrada entre Birigui e Coroados

O Tribunal do Júri de Birigui (SP) se reúne nesta terça-feira (29) para o julgamento dos dois acusados do assassinato do vigilante André Luiz Sagioneti, que foi encontrado esfaqueado em uma valeta ao lado da estrada que liga Birigui a Coroados, em 19 de junho de 2019. Ele estava ao lado de um carro incendiado. A morte foi constatada após quase um mês de internação, na Santa Casa de Birigui.

Os acusados do crime são Eliezer Bruno Pereira Serafin, o “Fininho”, e Valdecir Francisco de Brito, conhecido como “Neguinho” ou “Val” . Eles foram denunciados por homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Segundo a denúncia do Ministério público, Sagioneti era usuário de entorpecentes, com histórico de internação, e trabalhava na época como vigilante na Escola Lar Nossa Senhora. Em 16 de maio de 2019, após receber o pagamento do salário, saiu com um GM Ônix que possuía.

No dia seguinte ele enviou áudio à família dizendo que iria levar a namorada no serviço dela e voltaria para casa, mas desapareceu em seguida. Foi constatado que Sagioneti havia sofrido uma recaída, fez uso de entorpecente e permaneceu hospedado em um motel na cidade por cerca de 20 dias.

Drogas

Ainda segundo a denúncia, nesse período ele passou a ter contato com os réus, que teriam envolvimento com o tráfico de drogas e forneciam entorpecente a ele. Devido ao vício, a vítima contraiu uma dívida e ainda no motel, fez contatos com os pais pedindo dinheiro.

Em 12 de junho ele telefonou para a mãe pedindo um depósito de R$ 60,00, alegando que seria para completar a pensão alimentícia que tinha que pagar. Também pediu para separar algumas roupas, que um amigo passaria para pegá-las. O pedido foi atendido e dois dias depois, ele telefonou para o pai e pediu mais R$ 400,00, informando que estava sendo ameaçado por “dois caras”, um deles com um revólver e o outro com uma faca.

O depósito novamente foi feito e o valor sacado por Val, mas depois disso, a vítima não deu mais notícias e o pai dela fez um boletim de ocorrência comunicando o desaparecimento.

Carro

A investigação apontou ainda que devido aos valores repassados pelos pais de Sagioneti não terem sido suficientes para quitar a dívida, ele deixou o carro na casa de Fininho, como garantia de pagamento, mas recomendou que não usasse o veículo.

Porém, os réus teriam passado a utilizá-lo e na noite de 16 de junho ou na madrugada do dia seguinte, Fininho saiu com o carro e bateu no muro de um imóvel localizado na rua dos Antúrios. O seguro foi acionado, o veículo recolhido e o cadastro feito pelo telefone de Fininho.

Já no período da tarde, a vítima e Val foram a uma locadora e retiraram o carro reserva. Segundo a denúncia, apesar da dívida que tinha com os réus, Sagioneti passou a cobrar o pagamento do valor referente à franquia do seguro.

Contrariados, Fininho e Val decidiram matá-lo e utilizando o carro reserva, o levaram até à divisa entre Birigui e Coroados. Eles deram nove facadas em Sagioneti, causando ferimentos no crânio, abdome, peito e pernas. Em seguida, atearam fogo no carro e fugiram levando o celular da vítima, que foi abandonada agonizando, caída na valeta.

Morte

Após ser encontrado, Sagioneti foi levado para o pronto-socorro da Santa Casa, passou por várias cirurgias, mas não resistiu e teve o óbito constatado em 12 de julho de 2019, em razão dos ferimentos.

Durante a perícia, foram encontrados respingos de sangue no chão indicando que um dos agressores se lesionou ao esfaquear a vítima.

Na manhã seguinte ao crime Fininho buscou informações sobre horário de ônibus e deixou a cidade com destino a Mirandópolis, onde foi preso dias depois por tráfico de drogas. Os dois aguardam julgamento presos.

Fonte: Hojemais Araçatuba

 

 

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