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Lula aponta Espanha como exemplo para mudar reforma Trabalhista de Temer

25/10/2022
Em coletiva, em Porto Alegre, Lula voltou a falar da reforma Trabalhista do ilegítimo Temer (MDB) que destruiu empregos e direitos e precarizou as relações de trabalho, empobrecendo a classe trabalhadora
 
 
A reforma Trabalhista aprovada no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB), que destruiu empregos e direitos e precarizou as relações de trabalho, empobrecendo a classe trabalhadora, foi tema da entrevista coletiva que o ex-presidente Lula (PT) deu nesta  quarta-feira (19), no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, antes da caminhada com apoiadores nas ruas do centro da capital gaúcha, que reuniu cerca de 50 mil pessoas, segundo os organizadores.
 
Ao lado do candidato a vice e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), Lula destacou a Espanha como exemplo no mundo do trabalho, uma vez que passou por um processo semelhante, mas aprovou uma nova regulamentação após negociação entre centrais sindicais e empresários.
 
Ele disse que já discutiu previamente o tema com o PT e outros partidos que integram a sua campanha, o que levou à conclusão de que a ideia não é reverter a reforma trabalhista do governo Temer, e sim adequar a legislação às mudanças que ocorreram no mundo do trabalho. O exemplo que citou foi a reforma trabalhista na Espanha, que entrou em vigor neste ano.
 
“O que nós estamos propondo é estabelecer uma regra como foi estabelecido na Espanha recentemente. Na Espanha, os empresários e os trabalhadores se juntaram para tentar estabelecer uma regra de um novo relacionamento entre capital e trabalho. Essa regra foi estabelecida de comum acordo e houve uma mudança”, afirmou o petista.
 
Garantir direitos e proteger trabalhadores e trabalhadoras
 
O ex-presidente ressaltou também que uma de suas preocupações diz respeito aos trabalhadores de aplicativos. “São pessoas que praticamente não têm direitos, são pessoas que não conhecem o seu patrão, pessoas que não têm descanso semanal remunerado. É preciso que a gente faça uma regulamentação”, defendeu.
 
“Se tiver gente que não quer trabalhar de carteira assinada, que quer trabalhar por conta própria, nós vamos colocar os bancos públicos para financiar pequenos e médios empreendedores”, apontou.
 
Além disso, “vamos tentar incentivar muito a questão das cooperativas, tudo que as pessoas quiserem criar de cooperativa, nós vamos tentar encontrar um jeito de financiar, porque, nesse novo mundo digital, a gente precisa fortalecer a criatividade do homem e da mulher brasileira para que a gente possa ter novos mercados de trabalho”, disse.
 
Paridade salarial entre homens e mulheres
 
Ele também destacou que uma das brigas de seu eventual mandato é regular a questão da paridade salarial entre homens e mulheres – uma das propostas defendidas pela senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno e que apoia Lula no segundo turno. “Está na Constituição, já passou no Congresso Nacional, está parada na Câmara e nós vamos tentar regulamentar isso”, frisou.
 
Lula ainda disse que irá enfrentar o trabalho eventual e os “bicos” como forma de sobrevivência. “Aquele cidadão que não conseguiu normalizar a sua vida com a carteira verde amarela, nós vamos tentar criar uma carteira razoável para ele poder normalizar a sua vida. Todo mundo que trabalhar precisa ter tranquilidade”, salientou.
 
“A pessoa tem que sair para trabalhar e saber que, se um dia acontecer algum problema na sua vida, ela tem um sistema de seguridade para lhe dar proteção, a ela, a sua esposa e a sua família. É isso que a gente quer conversar com os empresários, porque não é normal a gente abandonar o trabalhador à própria sorte. E o trabalhador, se ele estiver sozinho tentando negociar com o empregador, sempre terá um acordo leonino, porque o trabalhador dificilmente terá chance de competir com o poder econômico do empregador”, disse Lula.
 
Ainda no campo do trabalho, ele afirmou que tem preocupação com a formação de mais pessoas para trabalharem nas indústrias de dados e digital. “A gente vai ter que colocar mais gente nas universidades, vai ter que ter mais cursos de Engenharia, para que a gente possa, quem sabe, não muito longe, deixar de ser só exportador de soja, só exportador de minério de ferro, ou seja, de commodities, e a gente começar a exportar um pouco de conhecimento, um pouco de inteligência, fortalecendo a nossa indústria, exportando mais valor agregado. É isso que temos que fazer em quatro anos”.
 
Fonte: CUT
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